Ao pregar, o preletor busca construir um argumento de verdade com base nos fundamentos bíblicos e doutrinários.
Os fundamentos bíblicos são os versículos bíblicos e a doutrina, diferente do que pensam muitas pessoas, é o ensinamento retirado do pensamento de um teólogo, e com grande aceitação no meio evangélico.
Com base numa determinada doutrina surgem entre os preletores a preferência por frases que provoquem uma reação no ouvinte, em regra, espera-se que tal reação seja de glórias e aleluias, no mínimo.
O uso das frases de efeito não fere em nada a pregação, pelo contrário, até ajudam na elevação do ânimo do ouvinte, acomodando o espírito dele à pregação, o que facilita a absorção dos conceitos transmitidos pelo pregador.
Contudo, quando o uso das frases de efeito se tornam mais importantes do que a mensagem, há um comprometimento sério na estrutura espiritual da igreja.
Isto porque as frases de efeito tem o condão de elevar o ânimo temporário do povo e facilitar a absorção da mensagem como um todo, mas não possuem força suficiente para sustentar o cristão no momento das adversidades e ainda privam as pessoas de conhecerem, verdadeiramente, quem é Deus e qual a sua boa, perfeita e agradável vontade para com o homem.
São exemplos de frases de efeito: "Deus vai mudar o seu cativeiro; Deus vai restaurar os seus sonhos; os sonhos de Deus são maiores que os seus; olha o anjo passeando no meio da igreja; quanto mais glória você manda para o céu, mais glória Deus manda sobre a sua igreja; o diabo vai voltar de marcha à ré para o inferno; hoje vamos abalar as estruturas do inferno; vamos saquear o inferno; essa igreja é de fogo; Deus vai impactar você; etc".
Usando somente essas frases, pode-se ganhar uns 15 minutos de glórias, aleluias e pulos e, se a igreja for do "reteté", 40 minutos podem não bastar.
Após pregações recheadas de frases de efeito o povo tende a ir para casa com um ar de satisfação. E eu, particularmente, até concordo que haja tais tipos de pregações, mas em uma festividade, quando todos esperam um mover diferente, pois a pregação baseada em frases de efeitos é como ir ao Mc Donalds, de vez em quando é um regalo, sempre é um dano para saúde; a preleção tem que se firmar no texto vivo e eficaz.
Os pregadores Betesda devem se pautar pelos fundamentos bíblicos, associados a uma experiência com Deus e outras de vida. Isso quer dizer que, no trato da obra de Deus, principalmente no uso da palavra como mensageiro de Cristo, a primeira coisa que deve ser vista pelo preletor é: o que eu disser para o povo, direi como se Deus estivesse falando, logo, preciso estar certo de que a palavra de Deus não será contraditada pelo que eu falar, a fim de que haja fundamento de verdade; a segunda é: minha vida com Deus está em sinceridade, de maneira que minhas palavras, mesmo fundada na bíblia, não serão objeto de escárnio e dúvidas? A terceira: o que eu vou pregar está inserido numa realidade atual, ou faz parte de uma ideia preconceituosa?
Reiterando o terceiro ponto, saber se a pregação está dentro de um contexto atual ou é preconceituosa, ou trata-se de uma avaliação das necessidades que envolvem o povo de Deus e não do mundo, propriamente. Vejamos. Há pregadores que se utilizam dos defeitos humanos para criar a rivalidade entre o povo de Deus, pois quando começam suas pregações, já ofendem os ouvintes dizendo que há entre eles, fofoqueiros, preconceituosos, invejosos e tantos outros.
Sabemos que existem defeitos dos mais diversos entre os crentes, contudo, tais defeitos não devem ser valorizados, pois isto instiga a desconfiança e a inimizade dentro da igreja de Deus,.
Devemos, portanto, com base na palavra ensinar a verdade do evangelho e como o evangelho transforma o homem que deixa de ser tudo o que há de ruim para ser uma bênção.
Concluindo, a igreja Betesda tem por fundamento oferecer um excelente alimento aos seus membros, o que quer dizer: nossos pregadores devem se pautar na palavra de Deus e numa vida sincera com Cristo, a fim de criarmos em nossos membros estrutura de homens e mulheres de Deus, cuja casa espiritual está firmada na rocha.
Texto: Pr. Maurício Simões (vice-presidente)
Edição: Andréa Barros