Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha, porque semelhante remendo rompe a roupa, e faz-se maior a rotura.
Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.
Pr.Maurício Simões
Jesus nos fala, em Mateus 09 versículos
16 e 17, da impossibilidade de se fazer um remendo novo em pano velho e, ainda,
de deitar vinho novo em odre velho.
Assim, Ele nos ensina que não
devemos conservar os velhos costumes, aqueles adquiridos pela nossa vivência neste
mundo, diante do evangelho. Este, o evangelho de Cristo, é o novo e provém de
uma natureza espiritual, ou seja, divina.
Para compreendermos melhor este
assunto, façamos a seguinte comparação:
Imagine que uma pessoa precise de um transplante de coração, porque o
dela está prestes a enfartar. Estando essa pessoa em casa, o telefone toca. Ela
atende e recebe a notícia de que há um coração novo para ela e que o
transplante será realizado.
Digamos, somente por ilustração, que os médicos deixaram de realizar os
exames necessários, para verificar se o coração do doador era compatível com a
pessoa que iria recebê-lo.
Terminada a operação de transplante, que para a equipe foi um sucesso; e
estando toda família comemorando, o coração novo simplesmente deixa de
funcionar, porque não é reconhecido pelo corpo do transplantado, havendo total
rejeição ao novo órgão. Consequência: morte do paciente transplantado.
A natureza humana está acostumada
com o pecado e, se apenas enxertarmos o evangelho em nossa vida, como a exemplo
do remendo novo em tecido velho ou como vinho novo em odre velho ou, ainda,
como um coração transplantado incompatível, a função do evangelho, que é dar
nova vida aquele que nele crê; não se concretizará. O resultado será o mesmo do
exemplo acima: o transplantado morrerá.
Para que o evangelho se torne
eficaz e produza nova vida, Jesus nos diz que é importante sermos novas
criaturas, ou seja: devemos nascer do Espírito, adquirindo, dessa maneira, uma
natureza divina, compatível com o evangelho.
Mas estamos neste mundo e a
natureza humana nos aflige. Isto ocorre porque a partir do nascimento para
Cristo, que nos torna seres espirituais, os “anticorpos” do mundo natural nos
atacam, nos rejeitam, porque não nos reconhecem mais. Tornamos-nos para o mundo
um órgão incompatível.
Diante deste impasse, nos resta
lembrar que estamos no mundo, mas não somos dele. Somos de Cristo, nossa
natureza é espiritual.
Entendendo que temos uma natureza
espiritual, o Apóstolo Paulo nos diz em Romanos 12 v 2: “não voz conformei com
este mundo, mas antes transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para
que possam entender a vontade de Deus”.
Ao aceitarmos Cristo e nos
tornarmos cidadãos do céu, o mundo, que não quer perder sua influência sobre
nós, quando percebe que há um novo órgão, neste caso o evangelho, pulsando
dentro do corpo humano, busca criar anticorpos chamados “isso não tem nada há
ver” e atacam o evangelho para expulsá-lo de dentro do novo homem.
O “isso não tem nada há ver” representa uma das
maiores causas de abandono da fé. Falo isso por vivência pastoral e não por
estudos teológicos: desviar-se da fé está no conflito entre os costumes do mundo,
trazidos e arraigados na pessoa humana, e os novos hábitos de uma vida Cristã.
Então a pergunta é: há algum meio
de se viver as duas vidas, a do mundo e a do evangelho, sem perder o melhor das
duas vidas?
A resposta é e sempre será: não. Não
há compatibilidade. O evangélico que passa a cobiçar o mundo se esvazia de Deus
e, a cada dia, se afasta mais dos princípios cristãos, até que, finalmente, haverá
um rompimento, pois a vida no evangelho não suporta a vida no mundo, de modo
que ambas se estragam: não se vive plenamente o evangelho de Cristo e não vive
plenamente o mundo.
Se até hoje você teve dúvidas de
como seguir o evangelho, te dou um conselho de amigo: abrace os ensinamentos de
Cristo e siga-os com toda segurança, deixe o mundo e seus costumes. É reconhecendo-se
como um ser espiritual, que está neste mundo, mas não pertence a ele e,
lembrando sempre, que o evangelho de Cristo te constituiu uma nova criatura e
te deu o poder de ser chamado filho de Deus que você passará a viver uma vida
plena e verdadeira. Deixe que os ensinamentos de Cristo renovar sua vida e,
assim, dê essa chance a você mesmo de viver o que é novo em sua plenitude.
Portanto, viva o evangelho de
Cristo em sua totalidade, viva-o em todos os seus contornos e limites, viva-o
plenamente e renove-se pela transformação do Espírito, para entender a justa,
perfeita e agradável vontade de Deus em sua vida.
Repita a seguinte oração:
Senhor, eis aqui um coração
esvaziado das coisas do mundo e que quer ser preenchido pela Tua palavra.
Coloque em mim, Senhor Jesus, a tua novidade e me faça pleno em alegria e
consistência. Eu sou seu Jesus e a tua doutrina será sempre a minha forma de
vida, pois sei que és a única maneira de se viver eternamente.
Amém.
Edição : A. Barros
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